Acidente de Chernobyl: entenda o que foi o desastre nuclear

Acidente de Chernobyl: o que foi o maior desastre nuclear da história

O acidente de Chernobyl é uma lembrança do que a energia nuclear pode causar se não for devidamente administrada.

Anúncios

acidente de Chernobyl
Fonte: Freepik

Há 39 anos, no dia 29 de abril de 1986, a mais grave tragédia nuclear já registrada aconteceu: o acidente de Chernobyl, ainda lembrado até hoje. Devido a uma falha humana na execução de um experimento impróprio de baixa potência no reator quatro, o sistema falhou. O que acabou causando uma explosão e uma queimada que destruíram a estrutura e liberaram uma grande quantidade de radiação na atmosfera.

Além disso, o desastre resultou em inúmeras perdas humanas. Além da transformação do território em um espaço inabitável e em graves consequências para a saúde dos sobreviventes. No entanto, se é que pode haver um aspecto positivo, ele foi a maior conscientização mundial sobre o uso da radiação. Então, se você quer entender o que realmente aconteceu no acidente de Chernobyl, continue lendo!

Qual foi a causa do acidente de Chernobyl?

O desastre nuclear de Chernobyl foi ocasionado por uma sucessão de falhas humanas e mecânicas. Uma série de acontecimentos descontrolados na parte interna do reator provocou um aumento significativo na temperatura. Isso acabou levando à junção das barras de combustível, seguida por uma expansão explosiva de vapor e fogo.

Após isso, as barras de combustível que derreteram se alojaram momentaneamente na parte inferior da câmara do reator antes de descerem para as camadas mais profundas da usina. A substância derretida originada pelo acidente, conhecida como “cório”, é possivelmente a mais tóxica da Terra.

Nesse ponto, o cório chegou a 2.600 °C, próximo do dobro do calor na parte externa de um ônibus espacial ao retornar à atmosfera, ou aproximadamente cinquenta por cento do calor da superfície solar.

Para se ter uma ideia, a temperatura da lava vulcânica oscila entre 500 e 1.000 °C, o que já é suficiente para derreter o que está na sua frente. Em Chernobyl, a produção de 1.500 toneladas de cório resultou em um fluxo semelhante à lava, que rompeu vários metros de concreto no subsolo da usina. Apenas o bombeamento da água utilizada para apagar o incêndio nos níveis subterrâneos impediu que explodisse novamente, sendo muito mais destrutivo.

Anúncios

Por fim, o cório se acumulou com outros materiais de tal forma que não conseguiu permanecer líquido e acabou se solidificando, formando uma estrutura que se assemelha a uma pata de elefante. Esse formato gerou o apelido de “pé de elefante”.

Onde estava localizada a usina nuclear de Chernobyl?

O reator número 4, responsável pelo acidente em Chernobyl, fica na cidade de Pripyat, na Ucrânia. A cidade está a cerca de 16 quilômetros a noroeste de Chernobyl e 104 km ao norte da capital.

Após o ocorrido, autoridades estabeleceram uma “zona de exclusão” de 30 quilômetros ao redor do local, tornando a área totalmente desabitada. Inicialmente, o perímetro abrangia aproximadamente 2.600 quilômetros quadrados, mas depois foi expandido para mais de 4 mil km².

As autoridades evacuaram completamente a cidade de Pripyat, com cerca de 50 mil habitantes e localizada a três quilômetros da usina, 36 horas depois do incidente. Nas semanas e meses seguintes, o governo ordenou a realocação de outras 67 mil pessoas que viviam em áreas contaminadas.

Além da Ucrânia, a radiação atingiu territórios da Bielorrússia e da Rússia. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a radiação atingiu aproximadamente 8,4 milhões de cidadãos nesses locais.

Quais são as consequências do acidente de Chernobyl?

Quase quatro décadas depois da tragédia, especialistas estimam que a região ao redor do local não será habitável por até 20.000 anos. Apesar disso, o evento serviu como um ponto de partida para aprimorar as medidas de segurança e aumentar a conscientização sobre a tecnologia nuclear. 

A indústria tem se esforçado constantemente para reduzir a probabilidade de novos acidentes envolvendo derretimento do núcleo. Um exemplo disso foi o ocorrido em Fukushima, ocorrido em 2011. Ele causou o derretimento de três núcleos, mas não resultou em fatalidades nem expôs pessoas a níveis significativos de radiação.

Apesar de um acidente tão marcante para a história, os estudos realizados ao longo de mais de seis décadas de utilização confirmam que a energia nuclear é uma fonte segura para a geração de eletricidade. Atualmente, o mundo conta com 441 reatores em operação, 53 em construção e 106 em planejamento. 

No Brasil, há dois reatores em funcionamento, Angra 1 e Angra 2, ambos do modelo PWR, responsáveis por gerar 3% da eletricidade total do país. A construção do terceiro reator, Angra 3, foi paralisada devido a problemas político administrativos.

Realmente, podemos dizer que o acidente de Chernobyl acabou sendo um daqueles momentos históricos que, apesar de tudo, serviram para conscientizar e alertar sobre os perigos do mau uso dessas tecnologias. Hoje, há muito mais conhecimento sobre o uso dessa substância do que havia na época, em grande parte devido a esse acidente.

Se você se interessa por temas que impactam o planeta, recomendamos a leitura do conteúdo sobre os maiores terremotos – esses, sim, são desastres completamente fora do nosso controle.

Estefani Oliveira

Escritora, graduada em Jornalismo e com especialização em Neuromarketing. Sou apaixonada pela escrita, SEO e pela criação de conteúdos que agreguem valor real às pessoas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo