Dejà vu: qual a explicação da ciência para o acontecimento?
Até 70% das pessoas entre 15 e 25 anos já viveram ao menos uma experiência de dejà vu durante a sua vida.
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Você já teve a percepção de já ter experienciado algo? Pode ser uma situação cotidiana, como pegar um item específico em uma prateleira no supermercado ou inclusive uma conversa com alguém, como se você já soubesse o que ia ser dito. Essa, aliás, é uma descrição simples do que representa o déjà vu.
Se você já sentiu isso, então provavelmente ficou intrigado e curioso para esclarecer o motivo. Será que você já viveu aquele momento? Ou talvez tenha sonhado com aquilo e depois viu acontecer? Ou quem sabe foi só o seu cérebro que pregou uma peça. Portanto, se quiser descobrir a justificativa científica a respeito do déjà vu, continue lendo!
O que é dejà vu?
O termo “déjà vu” vem do francês e significa “já visto”. As pessoas o utilizam para explicar a percepção de já ter experienciado algo em determinado momento anterior, mesmo que nunca o tenham feito de fato. É como se você tivesse visto essa situação antes mesmo de ela acontecer, e, no momento em que ela acontece, você sente que já viveu aquilo.
Durante muito tempo, a ausência de uma possibilidade do campo da ciência levou uma parte das pessoas a acreditar que a experiência representava um evento metafísico de antevisão do futuro. Além disso, alguns até mesmo buscavam explicações em vidas passadas.
Qual a resposta científica?
Como comentamos, o conceito já embasou muitas teorias, inclusive de conspiração e misticismo. No entanto, apesar de ninguém ter chegado a um consenso geral na comunidade científica, a explicação mais aceita para o fenômeno envolve o comportamento do cérebro humano.
A partir do que diz a ciência, ao enxergarmos alguma coisa, o cérebro acessa regiões como o lobo temporal e o hipocampo em busca de memórias que ajudem a reconhecer e interpretar aquilo corretamente. Ainda assim, esse acontecimento de troca de dados dentro do cérebro leva poucos milésimos de segundo.
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No caso do déjà vu, esse sistema ativa o processo fora do tempo ideal. Por isso, surge o sentimento de que estamos nos recordarmos de alguma coisa que já vivemos — quando, verdadeiramente, não vivemos. Assim, a mente cria a percepção de uma memória, mesmo que ela não exista. É como se o cérebro sofresse uma pequena demora na hora de processar o fato recém-passado.
Por qual motivo o dejà vu ocorre?
Não há um consenso sobre as causas que originam o déjà vu, mais alguns estudos apontam que a ocorrência pode ser resultado de diversos fatores, tendo como possíveis motivos:
- Processamento duplicado: o cérebro, ao querer compreender um acontecimento e acessar memórias para compreendê-lo melhor, pode falhar. Essa falha ocorre por uma espécie de descompasso entre os sistemas mentais. Assim, embora a pessoa sinta que já passou por determinada situação, ela tem consciência de que isso jamais ocorreu de fato;
- Causas neurológicas: em certas situações, a percepção de déjà-vu pode ter ligação com questões neurológicas mais sérias, como crises epilépticas, episódios de desmaio, complicações no lobo temporal e outros distúrbios.
- Memórias embaralhadas: outra explicação possível é a confusão com lembranças parecidas. A mente pode ligar uma experiência atual a algo semelhante vivido anteriormente — ou até mesmo assistido em um filme, por exemplo — e interpretá-la como uma repetição;
- Desatenção no momento presente: quando a mente está dispersa, o cérebro pode não registrar a experiência com clareza. Depois, ao tentar acessar essa memória incompleta, ele a interpreta como algo conhecido — criando a ilusão de que já aconteceu antes.
É normal ter dejà vu?
Depois de entender o que é e quais são as possíveis causas do dejà vu, você deve estar se perguntando se é ou não normal tê-lo, não mesmo?
A resposta é que segundo uma pesquisa da Cleveland Clinic (EUA), entre 60% e 70% das pessoas saudáveis já passaram por um episódio de déjà vu. Esse fenômeno costuma ocorrer com mais frequência entre os 15 e 25 anos, tornando-se menos comum conforme a idade avança.
Quando deve ser visto como alerta?
Mesmo sendo uma experiência comum e sem risco aparente, é importante estar atento aos sinais e saber identificar quando o déjà vu pode ser anormal. Confira algumas situações de alerta:
- Acontece com muita regularidade na sua rotina, às vezes várias vezes por mês ou até com maior frequência, chegando a afetá-la;
- Pode ser seguido de perda de consciência e/ou sintomas como movimentos involuntários de mastigação, agitação, aceleração dos batimentos cardíacos ou medo sem explicação. Nesses casos, é fundamental procurar um neurologista para investigar se há alguma condição patológica subjacente.
- É frequentemente acompanhado de lembranças atípicas, que possuem características oníricas, como se fossem fragmentos de sonhos vívidos ou distorcidos.
Conteúdo desmistificado! E se você gosta de entender tudo o que a mente humana é capaz de fazer e os porquês de alguns comportamentos, recomendamos a leitura do conteúdo sobre o efeito nocebo, que é o oposto do conhecido efeito placebo. Até a próxima!