Geração ‘nem-nem’: conheça a geração sem estudo e trabalho

Geração ‘nem-nem’: cresce o número de jovens que não estudam e nem trabalham no Brasil

A pandemia corroborou para a evasão escolar de muitos jovens que estão com o futuro profissional ameaçado.

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geração ‘nem-nem’
Fonte: Freepik

Nem estudam, nem trabalham. Esta é a nomenclatura utilizada para caracterizar a geração ‘nem-nem’, geração em que jovens de 18 a 24 anos não estão inseridos em nenhum ambiente acadêmico, tampouco profissional.

Para termos uma noção, só no Brasil, 35,9% dos jovens dessa faixa etária estão fora do mercado de trabalho e das instituições de ensino. O que coloca o Brasil como o 2º país com maior número de integrantes da geração ‘nem-nem’.

Mas, quais as causas que levam inúmeros jovens adultos estarem às margens dos centros de ensino e sem emprego? É o que iremos descobrir a seguir!

Motivos que levam os jovens a estarem fora do ambiente acadêmico e profissional

Preguiçosos, dorminhocos e irresponsáveis, será que estes adjetivos caem bem para os jovens da geração ‘nem-nem’? De fato, uma parte dos integrantes dessa geração tem pouco ou nenhum interesse pelos estudos e trabalho, ficando 24h por dia em casa conectados à internet enquanto são sustentados pelos pais.

Aliás, devemos lembrar que estes jovens, em sua maioria, pertencem a geração Z, uma geração que tem como maior característica a hiperconectividade.

geração ‘nem-nem’
Fonte: Freepik

Por outro lado, é certo que o cenário atual também é um solo fértil para um aumento de jovens ‘nem-nem’. Afinal, durante a pandemia, o nosso país encontrou muita dificuldade em reter os jovens nas aulas remotas. Sem contar que o MEC foi acusado diversas vezes de não conseguir garantir o acesso à internet aos estudantes vulneráveis.

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Neste mesmo cenário, as faculdades enfrentaram uma redução no número de ingressantes, seguida de uma dificuldade de manutenção da permanência dos alunos de baixa renda.

Mas, ainda devemos considerar que muitos jovens não conseguem estudar, porque não possuem dinheiro para investir na formação. E assim, obviamente, que a falta de dinheiro está atrelada a falta de ocupação profissional.

Dificuldade para encontrar emprego em um mercado competitivo

Sem estudo, esses mesmos jovens começaram a sofrer com a resistência de um mercado de trabalho muito competitivo e exigente.

Só em 2020, o nível de desemprego entre jovens com 25 a 34 anos foi de 17,8% no Brasil, sendo ainda o país que manteve por mais tempo as portas das escolas fechadas na pandemia. O crescimento foi maior do que o da OCDE, que ficou em 15,1% no mesmo ano.

A OCDE ainda destacou que as dificuldades de conseguir um emprego podem variar entre os gêneros. Isso porque, muito embora as mulheres possuam maior probabilidade de concluírem o ensino superior, as mesmas possuem menos oportunidades de serem contratadas.

A verdade é que os estudos nos mostram que grande parte da geração ‘nem-nem’ pode ser caracterizada por gênero e classe. Assim, a maior parte das pessoas que ocupa a geração dos que nem estudam e nem trabalham possui baixo nível de escolaridade, sendo composta por mulheres, negros e pobres.

Se por um lado, a educação não garante a inserção no mercado de trabalho, por outro, em uma disputa por vagas, tende a favorecer quem tem qualificação profissional. Portanto, é lógico que os jovens que ficaram ‘parados’ em tempo pandêmico, agora estão sofrendo para entrar no mercado de trabalho devido à falta de experiência.

Mesmo porque, os concorrentes da geração ‘nem-nem’ são os Millennials, geração que corresponde a 50% da força de trabalho nas empresas. Desse modo, percebemos que será preciso muito mais do que levantar a bunda do sofá e sair mandando currículo por aí.

Políticas públicas podem ser a saída para a geração ‘nem-nem’

São 11 milhões de jovens que não estudam e nem trabalham e que estão inermes, quase sem saber para onde ir. E isso também pode se explicar pela precariedade e/ou falta de acesso à educação, o que tem por consequência a evasão escolar.

Já a falta de motivação e engajamento dos jovens com os estudos e o mercado profissional pode ser explicada pelo fato de o aumento dos anos de escolaridade não se associarem ao aumento salarial e da produtividade do trabalho.

A título de exemplo, na Malásia, um ano a mais na escola tem como consequência um aumento de US$ 3.000,00 no salário. Já na Turquia, são cerca de US$ 4.000,00 a mais. E no Brasil? Quase nada! Mas, se com estudo já é difícil, imagina sem?

De todo modo, pensar na geração ‘nem-nem’ requer que pensemos na importância de políticas públicas, que possam auxiliar na recuperação da trajetória educacional e profissional desses jovens. Só assim eles poderão competir em pé de igualdade com aqueles que possuem formação acadêmica e experiência.

E quando falamos de políticas públicas, estamos pensando desde investimentos na educação até programas para a ampliação de vagas de emprego.

Assim, o investimento governamental em bolsas que possam fomentar a pesquisa e programas de docência pode garantir a assistência financeira dos estudantes nas universidades e corroborar para diminuição dos índices de evasão.

Já as bolsas de estudo, por exemplo, podem permitir o ingresso de mais jovens nas instituições de ensino. Por outro lado, medidas para controlar o desemprego também precisam surgir para oportunizar o ingresso da geração ‘nem-nem’ no mercado de trabalho.

Programas de capacitação profissional como trainee e estágios remunerados podem ser uma forma de investir na profissionalização desses jovens. Além disso, considerando que a maior parte dessa geração é composta por mulheres, buscar medidas para a reinclusão de mães solo no mercado de trabalho é fundamental.

Gabriel Mello

Mestre em Filosofia e doutorando em Letras. Especialista em SEO, atua há 3 anos com planejamento, produção e revisão textual, garantindo a entrega de um conteúdo relevante e de impacto para e-commerce e e-business.

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