Civilização maia: a grandeza de um povo avançado e enigmático
Além das famosas pirâmides, criaram um calendário preciso e um sistema de escrita complexo.
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Você já se perguntou como a civilização maia conseguiu desenvolver conhecimentos tão avançados em astronomia, matemática e arquitetura há milhares de anos? Esse povo, que dominou parte da Mesoamérica, deixou um legado repleto de mistérios e conquistas impressionantes.
Mas o que realmente levou ao declínio da civilização maia, já que eles estavam no auge de seu desenvolvimento? Alguns estudiosos apontam para mudanças climáticas, conflitos internos ou até mesmo superpopulação. Seja qual for a resposta, uma coisa é certa: essa cultura ainda guarda segredos.
História e sociedade
A civilização maia floresceu na Mesoamérica por volta de 2000 a.C., mas foi entre 250 e 900 d.C. que atingiu seu auge, no chamado Período Clássico. Nessa época, cidades como Tikal, Calakmul e Caracol dominavam a região, cada uma com seu próprio governo e redes de comércio.
Aliás, os maias nunca formaram um império unificado, mas suas cidades-estado compartilhavam cultura, escrita e costumes religiosos. Assim, a sociedade maia era hierárquica, com o rei no topo, visto como um intermediário entre os deuses e o povo.
Abaixo dele, estavam os nobres, sacerdotes e guerreiros, que controlavam o poder político e religioso. Já os camponeses e artesãos sustentavam a economia, cultivando milho, feijão e cacau, produtos essenciais para sua sobrevivência e trocas comerciais.
Conflitos entre cidades eram comuns, não só por território, mas também por controle de rotas comerciais e captura de prisioneiros para sacrifícios. Sendo assim, eles não lutavam para destruir completamente o inimigo, mas para demonstrar poder e obter vantagens políticas.
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Ainda vale dizer que a escrita maia, composta por hieróglifos complexos, era usada em monumentos, cerâmicas e livros. Ao contrário de outros povos da região, eles registravam história, mitos e até mesmo tratados astronômicos. Hoje, ainda estamos decifrando muitos desses textos.
Quando você olha para as ruínas maias, pode não perceber, mas muitas cidades foram abandonadas antes da chegada dos espanhóis. Aliás, o colapso do Período Clássico ainda é um mistério, mas secas prolongadas, superpopulação e conflitos internos podem ter contribuído.
Ciência e conhecimento
Os maias desenvolveram um sistema matemático avançado que incluía o conceito de zero, algo raro na época. A propósito, eles usavam um sistema vigesimal e símbolos como pontos e barras para cálculos complexos. Essa matemática permitia registrar datas precisas e prever eventos astronômicos.
Na astronomia, os maias mapearam movimentos do Sol, Lua e Vênus com precisão que impressiona até hoje. Inclusive, construíram observatórios como o El Caracol em Chichén Itzá para acompanhar esses ciclos. Seu calendário de 260 dias, o Tzolk’in, combinava com o Haab’ solar para criar a Roda Calendárica de 52 anos.
Já os escribas registravam conhecimento em códices feitos de casca de árvore, usando tinta vegetal. Infelizmente, poucos sobreviveram à umidade e à queima pelos espanhóis. O Códice de Dresden, por exemplo, contém tabelas de eclipses e cálculos sobre o ciclo de Vênus que mostram sua sofisticação científica.
A medicina combinava ervas medicinais com rituais espirituais, tratando desde infecções até fraturas. Ademais, usavam plantas para fins medicinais e realizavam até cirurgias cranianas básicas. Seus conhecimentos de anatomia vinham tanto da observação quanto de práticas ritualísticas.
E, claro, os engenheiros criaram sistemas hidráulicos complexos para armazenar água na estação seca. Em Tikal, reservatórios artificiais chamados ‘aguadas’ garantiam água para até 60 mil pessoas. Essas obras mostram como uniam conhecimento prático às necessidades urbanas.
Cultura e religião
Os maias acreditavam em um universo dividido em três níveis: o céu, a terra e o submundo, cada um governado por deuses específicos. Kukulkán, a serpente emplumada, era uma das mais importantes, associada à criação e à renovação. Cada cidade tinha seu próprio patrono divino.
Rituais religiosos incluíam oferendas de sangue, onde nobres perfuravam línguas ou genitais com espinhos de arraia. Contrariando mitos populares, os sacrifícios humanos eram menos frequentes. Ainda, cerimônias com incenso de copal, danças e consumo de balche marcavam datas importantes.
O jogo de bola, chamado pok-ta-pok, tinha profundo significado religioso. Mais que um esporte, representava a luta entre luz e escuridão, com times de até sete jogadores usando protetores de couro. Em alguns casos, o capitão do time perdedor era sacrificado, uma honra que garantia acesso direto ao paraíso maia.
Já a arte retratava cenas cotidianas e mitológicas em cerâmicas policromadas e murais. Sua escrita hieroglífica registrava histórias de reis, batalhas e alianças políticas em estelas de pedra. Até hoje, artesãos maias mantêm técnicas tradicionais de tecelagem em huipiles, usando padrões que carregam séculos de significado cultural.
Mistérios e declínio
Entre 800 e 900 d.C., as grandes cidades maias do período Clássico foram sendo abandonadas uma após a outra. Alguns arqueólogos encontraram evidências de que Tikal reduziu sua população em 90% em poucas décadas, enquanto Calakmul simplesmente parou de erguer monumentos.
Contudo, o curioso é que esse colapso não foi uniforme, pois cidades do norte como Uxmal e Chichén Itzá continuaram prosperando. Certas análises de sedimentos revelam que uma seca extrema atingiu a região entre 1020 e 1100 d.C., coincidindo com o abandono final de muitas cidades.
Todavia, não foi só a falta de chuva, conflitos internos aparecem em registros hieroglíficos como ‘guerras totais’, onde cidades antes aliadas começaram a se destruir. Algumas inscrições falam em revoltas populares contra a elite governante.
O que pouca gente sabe é que os maias nunca desapareceram completamente. Quando os espanhóis chegaram no século XVI, encontraram cidades-estado ainda resistindo. Atualmente, mais de 6 milhões de descendentes mantêm viva a língua e tradições.
Apesar disso tudo, o verdadeiro mistério não é seu desaparecimento, mas como uma civilização tão avançada conseguiu sobreviver a tantas crises e se reinventar.
Prontinho! A civilização maia nos deixou um legado impressionante e mesmo hoje seus mistérios continuam nos surpreendendo. Quem diria que uma cultura tão antiga ainda teria tanto para nos ensinar. Agora, você sabe quais são os tipos de calendário que existem? Descubra!