Estudantes brasileiros criam acessório tátil para prótese

Estudantes do Brasil criam acessório tátil para prótese

Acessório criado por estudantes brasileiros devolve sensação tátil para usuário de prótese. Saiba mais a seguir!

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acessório tátil para prótese
Fonte: reprodução IMT)

O tato é um dos sentidos responsáveis por nossa percepção em várias situações. É ele que nos permite sentir a temperatura de um objeto e do ambiente. Além disso, nos faz sentir a textura e maciez de roupas e, invariavelmente, é de suma importância para a forma como sentimos o mundo ao nosso redor.

Pensando na importância desse sentido, os estudantes Camila Yamada, Gabriel Corso, Daniel Sato e Pedro Ogawa do IMT, conseguiram desenvolver o Advanced Sense, um novo acessório tátil para prótese de membros superiores. Vejamos como o acessório funciona a seguir!

Como funciona o acessório tátil para prótese?

O projeto tem por inspiração a tecnologia de BioSkin. Esse material basicamente simula a pele humana, pois tem a capacidade de reproduzir as funcionalidades e sensações da pele que comumente são percebidas quando há contato com um objeto.

O dispositivo é composto por três partes, sendo elas, uma luva feita de tecido altamente resistente e com muita elasticidade; sensores responsáveis por captar a força empregada na mão para pegar um objeto; e um microcontrolador que é o responsável por ler os dados gerados pelos sensores e devolver ao usuário a sensação de toque.

Os atuadores, que são pequenos motores ligados à parte do braço que não foi amputada, recebem as informações na forma de comandos. Dessa forma, o usuário consegue sentir os estímulos nas ligações nervosas que não se perderam e, por isso, têm a percepção tátil novamente.

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Passo a Passo

acessório tátil para prótese
Fonte: reprodução IMT

Acompanhe a seguir o passo a passo de como o equipamento funciona acoplado a prótese. Por meio de uma luva de BioSkin, equipada com sensores, o usuário veste o acessório na prótese. Conforme a força na mão é empregada, os sensores fazem a leitura dos dados e passam a informação para uma placa instalada no antebraço, chamada circuito.

Assim, os dados são enviados para a próxima etapa, que são os atuadores, ou motores de vibracall. Nesta etapa, o equipamento lê os dados e faz com que o usuário tenha novamente a sensação de toque e outros sentidos do tato, pois estão ligados à parte do braço que não foi amputada.

Quem pode usar?

Segundo os estudantes, o acessório pode ser usado por qualquer pessoa que tenha uma prótese nos membros superiores. Em outras palavras, não precisa ser feita uma nova prótese para usar o dispositivo, basta apenas adicioná-lo.

Um dos objetivos é fazer com que o equipamento tenha baixo custo e que consiga promover a sensação do toque. Desse modo, espera-se que pessoas com baixa, pouca ou nenhuma sensibilidade, consigam pegar objetos delicados, como um copo, sem maiores problemas.

Vale salientar que o aparelho está em fase de testes e por isso não está sendo comercializado ainda. Algumas empresas estão analisando sua viabilidade comercial.

Acessibilidade e usabilidade

Uma versão do equipamento foi apresentada no mês de outubro de 2022, na 29ª exposição Eureka. Essa é a exposição dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) dos formandos de Engenharia, Administração e Design do Instituto Mauá de Tecnologia.

A versão apresentada na Eureka já traz total versatilidade e acessibilidade para o usuário. Ela foi desenvolvida para se adaptar em qualquer tipo de prótese e também para pessoas destras e canhotas.

Esta foi a terceira versão do acessório e apresenta melhorias tanto no sentido visual como na usabilidade do dispositivo. Para isso foram acrescentados sensores em cada dedo e mais dois na palma da mão, o que traz maior precisão de movimento e sensibilidade.

Produto inovador e revolucionário

O grande diferencial desse novo acessório é a tecnologia empregada. Enquanto as próteses que estão no mercado há mais de 20 anos utilizam um sistema já ultrapassado, pois ainda fazem uso de alavancas, o Advance Sense usa sensores e programação.

Entretanto, o avanço da tecnologia no que diz respeito ao sentido tátil em próteses não é algo fácil de alcançar. A parte motora sempre foi mais desenvolvida do que a parte de sensibilidade das próteses.

Essa dificuldade existe, pois, a sensibilidade tátil é dividida em quatro tipos. Existe a superficial, que é responsável pela dor, o tato e a sensibilidade térmica; a proprioceptiva, que engloba a sensibilidade dos tendões, articulações e ligamentos, fazendo com que a pessoa tenha noção espacial do corpo.

Temos também a profunda, cujos sentidos diz respeito à sensibilidade vibratória, sensibilidade à pressão e dores mais profundas; por fim, a cortical, que está diretamente ligada ao reconhecimento de objetos pelo tato.

O futuro do projeto acessório tátil para prótese

Os desenvolvedores do equipamento tiveram uma resposta bastante positiva sobre o acessório e têm a intenção de conseguir mais colaboradores. Por isso, ele ficará à disposição dos alunos do Instituto Mauá de Tecnologia para pesquisas que agreguem inovações.

Além disso, eles acreditam que o trabalho em conjunto com outras empresas do setor de tecnologia, assim como empresas que fabricam próteses, seja um caminho extremamente viável. O motivo é justamente por ser um acessório tátil para próteses de baixo custo e de fácil uso.

Uma das vantagens que torna o equipamento acessível ao mercado de fabricantes e empresas do setor de tecnologia, assim como aos usuários, é que ele é um acessório vestível. Em outras palavras, o dispositivo tem diversas vantagens, bastando apenas adicioná-lo à prótese que o usuário já possui.

Gabriel Mello

Mestre em Filosofia e doutorando em Letras. Especialista em SEO, atua há 3 anos com planejamento, produção e revisão textual, garantindo a entrega de um conteúdo relevante e de impacto para e-commerce e e-business.

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