Ilusão de ótica: definição e alguns exemplos

Ilusão de ótica: o que é, como funciona e alguns exemplos

Muitos artistas aproveitaram o fenômeno para aplicar o efeito alucinatório em suas obras a partir da sobreposição de imagens.

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ilusão de ótica
Self-portrait under the linden trees – Fonte: Oleg Shupliak

O mundo à nossa volta se apresenta a partir de uma série de percepções, que começam a partir do momento que nossos sentidos captam os dados sensíveis.

Saber se as representações que temos dizem de fato respeito ao mundo empírico sempre esteve nas investigações de muitos filósofos como Descartes, Locke, Husserl, Kant e outros mais. No entanto, na Teoria do Conhecimento sempre houve espaço para colocar os sentidos à prova, uma vez que, durante o ato perceptual, percepções falsas da realidade poderiam surgir.

Agora, e quando pensamos em fenômenos que visam justamente fazer com que vacilemos em relação à realidade, como aqueles cuja a base é a ilusão de ótica?

O que é uma ilusão de ótica?

Chamamos de ilusão de ótica o fenômeno pelo qual uma imagem ‘engana’ o nosso sentido visual, fazendo com que tenhamos uma percepção distorcida ou irreal do que é apresentado.

Normalmente, as ilusões de ótica se dão a partir de imagens. Estas condensam diversas possibilidades de interpretação, as quais se justificam devido à percepção ou são criadas a partir de uma alucinação.

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É comum que esse fenômeno combine os elementos centrais, os quais são percebidos tão logo se vê, e os elementos camuflados, que para serem percebidos requerem uma atenção mais detida.

Quem é o culpado: nossos olhos ou nosso cérebro?

Muitos estudos foram feitos para explicar os condicionantes da ilusão de ótica. Mas, talvez o mais promissor seja o do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, no qual os cientistas chegaram à origem de uma ilusão de ótica.

Após a realização de muitos testes com voluntários, os pesquisadores chegaram à conclusão de que carregamos uma ‘falha’ no campo visual desde o nosso nascimento. ‘Falha’ esta que se mostra antes que os dados sensíveis da percepção possam chegar ao nosso cérebro.

Em outras palavras, o engano vem dos olhos. Nos testes feitos com 27 voluntários, diversos tipos de imagens foram colocados à percepção visual. Imagens distintas para cada um dos olhos e também com sombras e iluminações diferentes.

A conclusão então foi de que a luminância pode interferir na percepção dos contrastes e das cores. No início do processamento da imagem, as estimativas de brilho acontecem antes que as informações captadas possam chegar ao cérebro.

Mas, havia também outra coisa a se descobrir. A estimativa de brilho é algo que aprendemos ou que possui um caráter inato? Para chegar a essa resposta, os pesquisadores mostraram algumas imagens a crianças/ adolescentes com idade entre 8 a 17 anos, que estavam enxergando pela primeira vez, visto a realização de uma cirurgia de catarata.

A estimativa de brilho foi percebida de igual forma pelos voluntários anteriores, demonstrando que já nascemos com este efeito. Agora, embora o sucesso dos estudos, é importante dizer que a investigação sobre como entendemos essas ilusões ainda está longe de acabar.

Ilusões de ótica famosas

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Spring, de Giuseppe Arcimboldo – Fonte: Wikipédia

Muitas áreas do conhecimento exploraram o conceito de ilusão de ótica, sobretudo no âmbito artístico, onde os pintores puderam explorar as ‘falhas’ do sentido visual em obras magníficas.

Talvez, o artista pioneiro a levar a ilusão de ótica para a arte foi Giuseppe Arcimboldo. Suas obras são compostas por vários elementos, que nem sempre possuem familiaridade, mas que, uma vez unidos, resultam em um quadro harmonioso e de múltiplas interpretações.

Entre suas obras famosas encontramos o conjunto “As quatro estações”, em que o artista recorre a flores, verduras e frutas para traçar fisionomias humanas. Este caráter ilusório das obras de Arcimboldo influenciaria mais tarde os pintores surrealistas, inclusive Salvador Dalí.

M. C.Escher também foi um grande explorador da ilusão de ótica em suas obras, expressões do infinito se fazem ver nos seus quadros. Aliás, o artista ficou conhecido pela crítica por executar isometrias – transformações geométricas.

Já na atualidade, temos as obras de Oleg Shuplyak, um artista muito conhecido por embasar suas criações na ilusão de ótica e trazer uma nova forma para obras, cuja interpretação não é única, mas aberta.

Shuplyak é ucraniano e busca transformar suas obras em quadros alucinantes a partir de imagens camufladas. Em outras palavras, nos quadros do pintor, existe uma espécie de composição em que imagens estão dentro de imagens.

Nas paisagens de Shuplyak podemos encontrar alguns rostos conhecidos como os de Van Gogh, John Lennon, Paul Cezanne, Salvador Dalí, Leonardo da Vinci, entre outros.

O interessante é que essa sobreposição de imagens faz com que o espectador, que está contemplando a obra, seja levado ora para uma imagem, ora para outra, em uma espécie de pique-esconde imagético.

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Gabriel Mello

Mestre em Filosofia e doutorando em Letras. Especialista em SEO, atua há 3 anos com planejamento, produção e revisão textual, garantindo a entrega de um conteúdo relevante e de impacto para e-commerce e e-business.

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