Efeito Matilda: a invisibilidade das mulheres na ciência
O termo “efeito Matilda” foi feito em homenagem à sufragista e escritora Matilda Joslyn Gage.
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As mulheres enfrentam diversas barreiras para ingressar e se destacar na ciência. Uma dessas barreiras, o efeito Matilda, é caracterizada pela negação sistemática do reconhecimento das contribuições científicas de mulheres.
Sem dúvidas, esse fenômeno se manifesta de diversas maneiras e as consequências são graves e impactam diretamente a carreira das cientistas. Assim, vem com a gente e entenda melhor sobre como funciona e quais os impactos do efeito Matilda.
O que é o efeito Matilda?
O efeito Matilda é um fenômeno que se manifesta na tendência de minimizar ou ignorar as contribuições das mulheres em diversos contextos sociais. Especialmente em áreas como ciência, política e cultura.
Desse modo, ele destaca como as realizações e ideias das mulheres muitas vezes são atribuídas a homens, subestimando seu papel e impacto. Historicamente, mulheres têm enfrentado obstáculos para serem reconhecidas por seus feitos. Inclusive, com trabalhos frequentemente sendo apropriados ou atribuídos a colegas homens.
Certamente, esse fenômeno reflete as desigualdades de gênero profundamente enraizadas em nossa sociedade, onde as contribuições das mulheres são sistematicamente desvalorizadas ou ignoradas.
Sendo assim, o reconhecimento do efeito Matilda destaca a importância de se combater esses preconceitos e promover a equidade de gênero. E, então, garantindo que as contribuições das mulheres sejam devidamente reconhecidas e valorizadas.
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O que fazer para reduzir?
Amplificar a voz das mulheres cientistas é fundamental, ou seja, divulgar seus trabalhos em revistas, conferências e mídias sociais. Além disso, organizar eventos específicos para mulheres cientistas, proporcionando um espaço para que apresentem suas pesquisas, participem de debates e construam redes de apoio.
Outro ponto importante é reconhecer e valorizar as conquistas das mulheres. Desse modo, incluir os devidos créditos às suas descobertas, garantindo assim que seus nomes sejam mencionados em artigos, apresentações e premiações.
Uma outra forma de promover um ambiente científico inclusivo exige mudanças estruturais. Sendo assim, a implementação de políticas de equidade de gênero nas instituições de pesquisa é fundamental, garantindo oportunidades iguais de acesso, progressão e reconhecimento profissional.
Ademais, o combate ao assédio sexual e à discriminação também é importantíssimo para criar um ambiente seguro e acolhedor para todas as mulheres. Inclusive, educar a comunidade científica sobre o efeito Matilda é essencial para conscientizar sobre suas diversas formas de manifestação e seus impactos negativos.
E, claro, incentivar a participação de mulheres em comitês de avaliação e premiação é importante para garantir que seus trabalhos sejam avaliados de forma justa e imparcial. Além, claro, da mentoria e do apoio a jovens cientistas também para impulsionar suas carreiras e garantir que suas vozes sejam ouvidas.
Mulheres invisibilizadas pelo fenômeno
Lise Meitner, física austríaca, co-autora da descoberta da fissão nuclear ao lado de Otto Hahn. Embora tenha tido participação crucial no experimento, o Prêmio Nobel de Física de 1944 foi concedido somente a Hahn.
Jocelyn Bell Burnell, astrônoma britânica que detectou os primeiros pulsares, objetos celestes em rotação rápida. Inicialmente, seu supervisor, Antony Hewish, recebeu o crédito pela descoberta, mas Burnell foi posteriormente reconhecida com o Prêmio Nobel de Física de 1974.
Rosalind Franklin, química e cristalógrafa britânica, produziu as radiografias de difração de raios X, as quais foram essenciais para a elucidação da estrutura do DNA. Apesar de seu papel crucial, James Watson e Francis Crick receberam o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1962 pela descoberta da molécula.
Chien-Shiung Wu, física chinesa-americana que realizou o experimento de Wu, que refutou a lei da conservação da paridade e rendeu o Prêmio Nobel de Física de 1957 a seus colegas homens, Tsung-Dao Lee e Chen Ning Yang. Wu não foi indicada ao prêmio.
Donna Strickland, física canadense, co-autora da invenção do método de geração de pulsos ópticos de alta intensidade. Embora sua contribuição tenha sido fundamental, o Prêmio Nobel de Física de 2018 foi concedido apenas a seus colegas homens, Gérard Mourou e Arthur Ashkin.
Tu Youyou, farmacêutica chinesa, descobriu a artemisinina, um medicamento antimalárico que salvou milhões de vidas. Apesar de sua descoberta, o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2015 foi concedido a ela e a outros dois pesquisadores por trabalhos não relacionados à artemisinina.
Prontinho! Esses exemplos, embora trágicos, servem como um lembrete da importância de combater o efeito Matilda. Para acabar de vez com esse fenômeno, veja o protagonismo feminino das mulheres empreendedoras que transformam o mundo. Até a próxima!