Criogenia e a ressuscitação de corpos congelados

Criogenia: corpos congelados poderão voltar à vida?

A ideia por trás da criônica é que um corpo congelado possa ser revivificado em um futuro de alto avanço científico.

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Fonte: Cryonics Institute

A morte é com certeza o maior medo de muitas pessoas, mas também, talvez, a única certeza que temos em nossa vida. A ideia de morrer e ser esquecido pode levar muitas pessoas a terem grandes crises existenciais ainda em vida. E é aí que o papel da criogenia entra.

Já imaginou ser congelado por anos e depois voltar a vida em um futuro completamente diferente do presente que você vive hoje? A ideia de descongelar corpos já está sendo investigada por uma área do conhecimento científico bastante promissora.

A criogenia consiste no estudo de fenômenos que se dão em baixíssimas temperaturas. E nesta área, existe um processo chamado criônica, processo este que visa preservar a baixas temperaturas os corpos de animais humanos e não humanos já mortos.

Isso com a esperança de que algum dia a ciência desenvolva alguma tecnologia que possa trazê-los de volta à vida. Mas, o quão perto isto está de acontecer?

A origem da criônica

A criônica data o ano de 1962, época em que Robert Chester Wilson Ettinger, um professor de física, publicou a obra The Prospect of Immortality.

Leitor de ficção científica, o professor era vislumbrado pela possibilidade de que os corpos humanos voltassem à vida. Talvez, o que tenha reforçado a sua obsessão pela imortalidade tenha sido o fato de ter servido como soldado na 2ª Guerra Mundial.

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Sua ideia então era que os corpos pudessem ser preservados a temperaturas baixas até que o progresso científico se desenvolvesse ao ponto de que a vida pudesse ser restabelecida nestes corpos.

A ideia de Ettinger chamou atenção de muitos, e na década de 70, nos EUA, já haviam 6 empresas de criônica em atividade. O professor morreu em 2011, aos 92 anos de idade, tendo o seu corpo congelado.

Seria o congelamento criogênico dos corpos o segredo da imortalidade?

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Fonte: Divulgação/Centro de Criogenia Brasil

O processo de criogenia já vem sendo empregado para outros fins. E o colisor de hádrons, o LHC, é nada mais nada menos do que o maior sistema criogênico do mundo, com ímãs eletromagnéticos em uma temperatura de -271, 3º C. Mas, e quando pensamos no processo criogênico como possibilidade de congelar corpos humanos?

O congelamento criogênico de corpos parte então da esperança de que no futuro teremos uma tecnologia avançada para a revivificação daqueles que já se foram. Então, pensemos no seguinte, pensemos em um indivíduo que tenha morrido devido a um câncer incurável.

Se o seu corpo for congelado pelo processo da criogenia, e a ciência avançar ao ponto de descobrir a cura para o câncer, então ele poderia voltar à vida. Mas, não precisamos de tanto, a criogenia poderia até mesmo hackear o processo de envelhecimento natural.

A verdade é que as baixas temperaturas criam condições capazes de conservação do tecido por séculos. Criopreservação é seu nome, também utilizado para o sangue e medula óssea. Mas, entre a conservação de sangue e de um corpo humano há um abismo.

Mesmo porque o congelamento de um corpo inteiro não é tão simples quanto se pensa. O primeiro passo então é demonstrar que os órgãos humanos podem ser criopreservados para o uso em transplantes. Mas, infelizmente, não temos nenhuma evidência disso.

Mesmo assim, a obsessão pela imortalidade já fez com que centenas de pessoas pagassem muito dinheiro para o congelamento criogênico de seus corpos. E vá por nós, ser congelado não é nada barato. Aliás, há empresas que cobram R$ 660.000, 00 para congelar um corpo.

E neste processo, existem pessoas que recebem a alcunha de ‘neuros’, uma vez que escolheram congelar apenas a cabeça. Isso porque acreditam que seus corpos serão recriados pela robótica.

Estamos perto de reviver corpos congelados?

Turritopsis nutricula consiste em um animal que parece ter conseguido atingir a imortalidade física. Existe uma água-viva que consegue inverter o envelhecimento celular e passa a se reproduzir assexuadamente.

Mas, aqui estamos falando de conservação de um corpo humano, mais complexo e que exige uma tecnologia mais desenvolvida do que temos hoje. Em outras palavras, o que sustenta a criônica ainda é a fé, a esperança de que o conhecimento científico não irá falhar.

Agora, e se ele não falhasse? Quando o corpo criogenicamente congelado abrisse os olhos, para que e em que mundo ele estaria despertando? E se este corpo passasse por um dano neurológico e acordasse em uma vida vegetativa?

Essas são perguntas que não conseguiremos responder e dependeremos de tamanho avanço científico que hoje ainda está longe de ocorrer.

E você, o que acha do processo de criônica? Acredita que em algum momento da humanidade a criogenia estará tão avançada para dar este salto de fé?

Gabriel Mello

Mestre em Filosofia e doutorando em Letras. Especialista em SEO, atua há 3 anos com planejamento, produção e revisão textual, garantindo a entrega de um conteúdo relevante e de impacto para e-commerce e e-business.

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