O fim da magia: será que a Disney está perdendo o encanto?
Acusada de chover no molhado, a Disney tende a investir ainda mais em franquias sólidas e estáveis.
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Sobrevivendo ano após ano de suas adaptações e de lançamentos arriscados, será que a Disney está perdendo o encanto? Todos os dias percebemos que a companhia multinacional é alvo de diversas críticas na internet, advindas de fãs muito insatisfeitos.
Um dos pontos que estão sendo criticados pelos fãs da Disney é sobre as qualidades duvidosas de produções como Thor: Amor e Trovão, She-Hulk e Mundo Estranho. Mas, mesmo assim, muitos fãs ainda esperam com certa curiosidade e ansiedade os próximos lançamentos.
Desse modo, a estratégia de Bob Iger, executivo-chefe da Disney, que retornou após a saída de Bob Chapek, é investir ainda mais nas produções que já são fonte de lucro, como Frozen e Marvel. E, assim, aquelas apostas mais arriscadas serão cortadas.
A ideia é que os estúdios recuem mais nos serviços de streaming e foquem no cinema e na TV. Estratégia similar àquela adotada entre os anos de 2005 e 2020 quando a Disney adquiriu a Pixar, Marvel e Lucasfilm.
Afinal, a Disney está perdendo o encanto?
Com os cinemas exibindo cada vez menos filmes e o sucesso dos streamings, há quem diga que a Disney está perdendo cada vez mais o encanto. Hoje em dia é difícil tirar os fãs das telas da Netflix, levando-os a pagar por um ingresso de cinema.
Além disso, muitos fãs estão cansados e cheios de descontentamento, queixando-se de que a Disney sempre faz a mesma coisa. Quando não, produz continuações de tramas que já deveriam ser finalizadas.
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É fato que a Disney se segura a partir das adaptações de seus clássicos, mas isso não é de todo ruim. Afinal, pode ser uma estratégia forte para reter aqueles fãs assíduos, que são incapazes de perder um novo lançamento. A propósito, a Branca de Neve e os Sete Anões será lançada logo mais.
Janet Wasko, uma estudiosa da Universidade de Oregon e autora do artigo Understanding Disney: The Manufacture of Fantasy, pontua que, embora essa seja uma estratégia arriscada, pode gerar grandes lucros em caso de sucesso.
Contudo, devemos sinalizar que algumas adaptações já estão levantando muitas polêmicas, sobretudo os live-actions.
Adaptações são alvo de críticas
As adaptações da Disney dos grandes clássicos infantis também têm dado o que falar, dividindo opiniões na internet.
Não é de hoje que os estúdios da Disney têm lançado as suas versões em live-action de obras como: A Bela e a Fera, Cinderela e Pinóquio. Contudo, os lançamentos futuros estão sofrendo uma enxurrada de comentários racistas.
Isso porque a protagonista de A Pequena Sereia, que fará o papel da Ariel, é a cantora negra Halle Bailey, o que tem fomentado uma chuva de haters na internet. Embasados na animação de 1989, em que podemos ver uma sereia branca, muitos internautas começaram a reclamar de que Bailey não faria jus à sereia, visto ser uma mulher negra.
A cantora não se mostrou abalar pelos comentários racistas. Em entrevista à ‘Variety’, a jovem respondeu que gostaria que as garotinhas como ela soubessem que são especiais ao assistirem o filme.
Do mesmo modo, Peter Pan e Wendy também foi alvo de ataques racistas. Isso porque, no filme dirigido por David Lower, quem fará a personagem da Tinkerbell será a Yara Shahidi. A atriz recebeu vários discursos de ódio, uma vez que não possui os cabelos loiros e a pele branca tal qual a fada do desenho original. Há internautas, inclusive, que alegaram que isso seria um apagamento histórico.
Representatividade em cena
Além de comentários racistas, o spin-off de Toy Story, Lightyear, também suscitou uma grande polêmica em 2022. Isso porque, no decorrer da trama, havia um beijo entre um casal lésbico. Após a denúncia de censuras por parte dos funcionários, a cena foi ao ar. Mas, dessa vez, quem não ficou contente foram os políticos da direita, que criticaram o filme. Ao fim, Lightyear foi censurado em vários países.
O ponto é que não só a Disney, mas a indústria cinematográfica como um todo está em busca de corrigir a invisibilidade das pessoas negras e membros da comunidade LGBTQIA+ em seus títulos.
A própria Disney conta apenas com uma princesa negra entre as suas 12 princesas, e escassos são os personagens homossexuais – Mundo Estranho é uma exceção. Desse modo, a adaptação das personagens consiste em uma forma de incluir a diversidade nas tramas buscando representatividade, uma pauta em voga atualmente.
A nós o que resta é esperar os próximos lançamentos. E você, acha que a Disney está perdendo o encanto? O que tem a dizer sobre os seus últimos lançamentos? Se quer dar uma espiada nos próximos títulos deste ano, o que você não pode perder é a nossa lista dos 5 filmes de animação mais aguardados de 2023.