Cientistas desenvolvem uma bateria feita de papel autossustentável
O design é flexível, de fácil produção e baixo custo, sendo ainda mais eficiente do que as baterias de papel anteriormente feitas.
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Flexíveis e leves, as baterias do futuro certamente serão mais sustentáveis do que as que temos no Mercado hoje. Mas, tão sustentáveis ao ponto de vermos por aí uma bateria feita de papel?
Sim! Esse foi o resultado de um estudo feito na Universidade de Binghamton, publicado no paper Green Biobatteries: Hybrid Paper-Polymer Microbial Fuel Cells.
No artigo em questão, os pesquisadores pontuam terem alcançado a produção de uma bateria biodegradável feita de papel. Mas, o mais interessante não foi o material inusitado utilizado para esta criação, mas sim o fato de ser uma bateria extremamente eficiente.
A bateria autossuficiente resultou de um trabalho entre o engenheiro Seokheun “Sean” Choi e a professora de química Omowunmi Sadik. Assim, enquanto Choi projetou a bateria, Sadik lhe deu uma vida autossustentável.
O sucesso do projeto da bateria feita de papel
Há anos a comunidade científica se entusiasma com a ideia de que as baterias possam funcionar à base de papel, considerando o alto ganho ecológico.
Contudo, embora muitos projetos já tenham sido feitos, os designs nunca se mostraram eficientes. Além disso, a dificuldade de produção sempre levantou o questionamento se as baterias a base de papel eram de fato autossuficientes. No entanto, este novo modelo parece resolver os problemas até aqui encontrados.
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Considerando o material utilizado – o papel –, as baterias resultantes do estudo da universidade norte-americana são biodegradáveis. Além disso, diferentemente de muitos projetos, a bateria é funcional para uso diário.
Isso se deve ao fato de a bateria desenvolvida utilizar a combinação de dois polímeros de papel bastante econômicos. Estes são muito flexíveis e leves, possibilitando que a bateria possa se degradar ao ser dissolvida em água, sem a necessidade de microrganismos específicos.
Em termos simples, a bateria feita de papel foi criada da seguinte maneira: os cientistas imprimiram algumas camadas de metal no papel e adicionaram uma bactéria liofilizada.
A ideia é que a bactéria consumisse matéria orgânica de forma a expulsar os elétrons de si, por isso também é conhecida como exoeletrogênica. Essa expulsão de elétrons é o que conhecemos como produção de energia. Em outras palavras, praticamente, a bateria funciona como uma espécie de biodigestor.
O interessante desse material é que ele é passível de modificações, uma vez que pode se combinar com outros polímeros, além de assumir formas distintas.
Desse modo, para atingir maior potência, é preciso traçar o empilhamento dos polímeros de papel, de acordo com o Seokheun “Sean” Choi, o professor de Engenharia Elétrica responsável pelo desenvolvimento do projeto.
Benefícios do projeto
Como dissemos anteriormente, uma grande vantagem dessa bateria está no fato de que as estruturas de papel são muito econômicas. Em outras palavras, o processo de criação é barato e pode ser uma alternativa de redução de custos.
Além disso, é fundamental dizer que a imprensa internacional recebeu com bastante otimismo o trabalho, uma vez que ele seria ecológico e sustentável. Isso porque sua degradação não causaria nenhum dano ao meio ambiente, uma vez que não há liberação de produtos nocivos ao solo.
No mais, considerando que a bateria feita de água é biodegradável, os cientistas acreditam que possa ser uma forma de diminuir a quantidade de lixo no mundo.
Quando a bateria feita de papel chegará no mercado?
Já deu para perceber que o projeto apresentado, além de ter sido um sucesso, tem grandes chances de ter um progresso logo mais.
No entanto, é importante dizer que o uso do papel para produção de energia é algo que já vem sendo explorado há muito tempo. A dificuldade encontrada por muitos cientistas era fazer com que a matéria-prima fosse bem aproveitada para uma maior eficiência.
Além disso, embora o resultado tenha sido bem-sucedido, a comercialização da bateria feita de papel não é tão simples quanto pensamos.
Isso porque, embora já esteja comprovado que é possível gerar energia elétrica de polímeros de papel, ainda é preciso demonstrar a viabilidade financeira deste projeto. Em seguida, os pesquisadores precisarão captar investimentos para avançar ainda mais na pesquisa.
No mais, é preciso entender para quais fins a bateria biodegradável seria empregada e quais empresas teriam interesse em seu uso. Só assim os cientistas teriam carta branca para a produção em larga escala. Desse modo, o processo de implementação dessa bateria no mercado é bastante lento, de modo que, se tudo ocorrer bem, é bem possível que só a encontremos na próxima década.
Prontinho! Curtiu saber mais sobre esta bateria à base de papel? Se gostou dessa publicação, então compartilhe nas redes com seus amigos, que sempre estão de olho nos avanços tecnológicos.