Conheça a lâmpada Centenária que sobrevive misteriosamente desde 1901

O objeto tem filamentos mais grossos do que as lâmpadas modernas e está preso ao mesmo soquete há mais de 100 anos.

As lâmpadas incandescentes já foram proibidas há bastante tempo devido a baixa eficiência energética. Afinal, eram lâmpadas que consumiam muita energia e tinham um tempo de vida bastante curto. Contudo, e se disséssemos que existe uma Lâmpada Centenária que funciona por incandescência, você acreditaria?

Isso mesmo! A lâmpada que já vive a 100 anos fica em Livermore, na Califórnia, em uma unidade dos bombeiros. Ela foi instalada pela primeira vez no ano de 1901 com o objetivo de iluminar os alojamentos dos bombeiros para que os mesmos pudessem conseguir se guiar à noite ao serem acionados para responder emergências.

Muitas décadas se passaram e, fora a mudança de endereço e cortes de energia elétrica, a lâmpada centenária continuou a iluminar o ambiente.

A incrível lâmpada acesa há mais de um século

Em 2001, a lâmpada do quartel de bombeiro de Livermore recebeu o título de Lâmpada Centenária, após completar 100 anos de funcionamento. E neste ano de 2022, completou 121 anos de vida, isso equivale a mais de 1 milhão de horas de uso.

Os bombeiros que instalaram a Centennial Bulb em 1901 compartilhavam o departamento com a polícia. Dessa forma, quando os departamentos mudaram de endereço, a lâmpada seguiu para a nova unidade dos bombeiros.

Em 1976, ano em que a Lâmpada Centenária já havia conquistado o seu marco no Guinness Book, os bombeiros mudaram mais uma vez. E, agora, os oficiais planejaram uma operação para o transporte da lâmpada em segurança.

Com medo de quebrarem o objeto ao desrosquearem do soquete, os bombeiros cortaram o cabo de ligação e escoltaram a lâmpada até a nova sede, na qual até os dias de hoje continua a iluminar. De acordo com os registros oficiais, a Centennial Bulb nunca apagou espontaneamente, mas somente pelo curto período de 22 minutos durante a sua transferência.

A muitos mistérios que envolvem a Lâmpada Centenária, afinal, como poderia ser usual após 100 anos de vida? O que sabemos é que o objeto foi feito pela empresa Shelby Eletronic Company artesanalmente no ano de 1897. A propósito, Adolphe Chaillet, o criador da companhia era rival ferrenho de Thomas Edison.

A explicação da longevidade da Lâmpada Centenária

A Lâmpada Centenária tem 8 centímetros e um formato arredondado. Especula-se que originalmente possuía 30 watts de potência. Contudo, com os 120 anos de uso enfraquece, chegando a apenas 4 watts.

Muitas teorias envolvendo a eficiência da lâmpada surgiram. Aliás, Debora Katz, uma física da Academia Naval dos EUA estudou minuciosamente alguns exemplares da mesma coleção da Centennial Bulb. Isso porque a lâmpada em si não pode ser analisada, visto que pode vir a quebrar.

Katz chegou a algumas diferenças interessantes da Centenária em relação às lâmpadas que temos hoje. A começar pelo fato de que os filamentos de carbono eram 8x mais grossos em comparação com as lâmpadas que temos hoje.

Além disso, os filamentos eram semicondutores, ou seja, capazes de converterem-se em condutores mais fortes quando as lâmpadas aqueciam.  Agora, os filamentos das lâmpadas modernas tendem a perder a potência, conforme estas são aquecidas.

Obsolescência programada: uma teoria possível

Corroborando para desvendar o mistério por trás da Lâmpada Centenária, os estudiosos pontuam que o encaixe do objeto ao soquete por anos pode ter ajudado na extensão da vida da lâmpada.

Em outras palavras, é comum que as lâmpadas incandescentes percam tempo de vida quando são acesas e apagadas constantemente. Afinal, os filamentos ora esquentam, ora esfriam, o que propicia o dilatamento e contração do material e possível desgaste.

Contudo, todas as explicações físicas levantadas ainda não explicam o porquê de a lâmpada estar acesa por 120 anos.

Por isso, no ano de 2010, um documentário foi feito com fins de lançar uma teoria de conspiração em torno da Lâmpada Centenária. The Light Bulb Conspiracy, discorre sobre a concepção de que a famosa lâmpada provaria a ‘obsolescência programada’.

Em outras palavras, a concepção de que os produtos são fabricados com uma vida útil programada para engajar ainda mais o consumo.

Dessa forma, de acordo com Cosima Dannoritzer, Adolphe Chaillet tinha o objetivo de criar lâmpadas incandescentes duráveis. Mas, em 1924, o acordo misterioso entre os fabricantes resultou na limitação do tempo de vida das lâmpadas.

Nos dias de hoje, sabemos que as lâmpadas de LED comportam até 25.000 horas em condições normais. Por outro lado, as fluorescentes vivem por 15.000 horas. Por fim, as incandescentes apenas 1.000 horas

Embora a teoria da conspiração engendrada pelo documentário espanhol, a Centennial Bulb já viveu bem mais do que seria possível.

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