Memento mori: desperte para a vida com a consciência da finitude
Ao aceitarmos que a vida é finita, cada momento ganha um novo significado.
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Você já refletiu sobre como o conceito de ‘memento mori’ pode transformar sua visão da vida? Essa frase, de origem latina, que quer dizer ‘lembre-se de que você é mortal’, não tem a ver com ser sombrio, mas com dar sentido ao tempo que nos resta.
Dessa forma, o ‘memento mori’ vai além de um pensamento filosófico, funcionando como um recurso para trazer mais atenção e apreço ao presente. Esse modo de pensar pode direcionar suas escolhas para o que tem verdadeiro valor.
A origem do memento mori
A expressão nasceu na Roma Antiga, onde generais vitoriosos desfilavam pelas ruas celebrando suas conquistas. Porém, atrás deles, uma pessoa escravizada sussurrava: ‘lembre-se de que você é mortal’. Ou seja, um jeito de manter a humildade diante do sucesso, mostrando que a glória é passageira.
Com o passar do tempo, filósofos estoicos adotaram esse conceito, transformando a reflexão sobre a morte em uma ferramenta para alcançar maior sabedoria na vida. Pense nisso como um aviso constante: por mais que você conquiste, a vida tem um fim.
Hoje, o memento mori segue relevante, seja para quem busca equilíbrio emocional ou para quem quer aproveitar com mais intenção. Que tal pensar nisso da próxima vez que se pegar correndo atrás de coisas que, no fim, não importam tanto?
Relação com a arte
O memento mori sempre teve espaço na arte, afinal, quem nunca parou para pensar na própria finitude ao olhar uma pintura antiga cheia de caveiras? Os artistas usaram esse conceito para relembrar que a existência é passageira, mas fizeram isso de formas bem diferentes.
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No Barroco, por exemplo, naturezas-mortas traziam relógios, frutas podres e velas apagadas. Quase como se elas cochichassem no seu ouvido: ‘aproveita enquanto pode’.
Já na escultura, muitas lápides medievais exibiam esqueletos esculpidos com um realismo assustador. Não era só decoração mórbida, mas um lembrete direto de que ninguém escapa do tempo. Até na fotografia moderna esse conceito aparece, como nos retratos pós-morte do século XIX.
Na literatura, obras como ‘Hamlet’, de Shakespeare, também trazem essa reflexão. Lembra da cena em que ele segura uma caveira e fala acerca da finitude? Consiste em puro memento mori. E hoje? O cinema e os videogames adoram brincar com essa ideia, seja em histórias de fantasmas ou na estética gótica.
Nesse sentido, não importa para onde olhamos ou o que fazemos, sempre somos lembrados da validade intrínseca de todo ser. Em outras palavras, parece que, mesmo que tentemos esquecer, a arte sempre dá um jeito de nos lembrar do inevitável.
Presença na espiritualidade
O memento mori e espiritualidade andam juntos, especialmente quando falamos sobre existir no agora. Muitas tradições, como o budismo, utilizam a reflexão sobre a finitude como um alerta para viver o agora com mais atenção. Por exemplo, alguns monges meditam em cemitérios.
Inclusive, na meditação, a consciência da finitude ajuda a trazer mais clareza e paz. Imagine como seria se, ao invés de se preocupar com o futuro, você conseguisse apreciar cada respiração, cada momento? É isso que o memento mori propõe: uma conexão com o que de fato faz sentido.
Afinal, quem nunca se pegou reclamando de algo pequeno e depois percebeu que estava perdendo tempo? Esse conceito ensina justamente isso, ou seja, se tudo passa, por que se prender ao que não importa? Ao invés de passar os dias no piloto automático, vale a pena prestar mais atenção no agora.
No sufismo, existe a noção de que meditar sobre a efemeridade nos conecta com a essência da vida. No estoicismo, o memento mori incentiva a agir com mais intenção. Por fim, diferentes caminhos espirituais mostram que assumir a impermanência pode trazer mais presença.
E a apreensão diante do inevitável?
Pensar na morte assusta, mas ignorar não faz com que ela deixe de existir. Claro que o memento mori não tem a intenção de causar pânico, mas de fazer a gente encarar esse medo de frente. Quem vive fugindo dessa ideia normalmente não aproveita o presente.
Muita gente evita falar sobre o assunto, como se isso fosse afastar a própria finitude. Pensar na finitude pode trazer um efeito oposto: ao invés de gerar angústia, pode trazer mais leveza. Se tudo tem um fim, faz sentido perder tempo com arrependimentos ou ressentimentos?
Nesse sentido, filosofias como o estoicismo ensinam que aceitar a morte reduz o medo e aumenta a liberdade. No fundo, o terror vem da incerteza, mas quando se encara isso de frente, dá para estar plenamente no agora, sem a ilusão de que há controle sobre tudo.
Impacto da filosofia estoica
Para os estoicos, a finitude não era motivo de medo, mas uma recordação para valorizar cada instante. Dessa forma, o ‘memento mori’ ia além de um conceito filosófico, tornando-se um guia prático. Marco Aurélio reforçava essa ideia, destacando a transitoriedade da vida e como cada momento deve ser vivido com intenção.
Até porque evitar esse pensamento só alimenta ilusões. Para os estoicos, acolher a efemeridade da vida traz mais liberdade, porque ninguém gasta tempo se preocupando com o que não pode controlar. Ao invés de lamentar o inevitável, faz mais sentido focar no agora e agir com sabedoria.
Isso muda até pequenas decisões do cotidiano. Se o amanhã não está garantido, vale guardar rancor ou perder tempo com futilidades? Essa ideia ajuda a lidar melhor com frustrações e perdas, afinal, tudo é passageiro. Logo, entender que a existência tem um fim faz com que cada escolha tenha mais peso.
É isso! Memento mori nos mostra que o tempo é limitado, além de nos inspirar a viver cada momento com mais intenção. Experimente aplicar essa reflexão no seu cotidiano. Aproveite e descubra alguns filmes clássicos para assistir antes de morrer. Até a próxima!