ChatGPT: o que é, como funciona e quais seus impactos?

Embora seja um sucesso na criação de textos, a IA tem dividido opiniões quanto aos seus impactos éticos e financeiros.

Muito temos ouvido falar sobre o ChatGPT, um chatbot, ou seja, um computador capaz de reconhecer a linguagem humana e responder a qualquer questão levantada.

Hoje, é bem provável que você utilize o Google como um buscador na internet. Assim, após uma pesquisa o mecanismo te devolve alguns links com sites especializados sobre o assunto e que podem responder a sua dúvida.

O ChatGPT funciona de forma análoga, com a diferença que te devolve de forma mastigada a resposta possível ao que você está procurando em segundos. Isso porque esse chatbot é alimentado com aproximadamente 45 terabytes de texto em diferentes línguas com a finalidade de simular uma comunicação humana.

A ferramenta foi construída pela OpenAI, que já é responsável por várias ferramentas de inteligência generativa e está gerando muitas dores de cabeça para a empresa que domina o setor de buscas na Web. Afinal, o Google já está ciente de que o ChatGPT pode colocar o seu sistema de buscas em risco.

Afinal, o que é o ChatGPT?

Como dissemos anteriormente, o ChatGPT corresponde a um chatbot, mas é preciso que expliquemos o que significa GPT. Em termos simples, GPT diz respeito a um método de inteligência artificial, que aprende a interpretar o que falamos a partir da leitura de documentos processados em linguagem de máquina.

Ele funciona muito bem para responder às questões dos usuários, mas não é como se tivesse consciência do que está fazendo. Afinal, só está articulando as frases a partir de um ranqueamento provável de palavras-chaves dentro de um dado contexto.

Nesse sentido, é importante frisar que, embora o grande sucesso do ChatGPT, o chatbot não é capaz de ponderar as respostas, entregando a melhor possível dentro de um contexto comunicacional. Na verdade, funciona mais como um gerador de texto que entrega uma resposta ao usuário que o questiona.

O ponto é que quanto mais texto analisado e maior o número de combinações possíveis atribuídas as palavras, a complexidade da linguagem do ChatGPT será ainda maior. Mas, claro, isso exige que o volume de texto analisado seja maior, reforçando assim a importância de fontes como sites e livros.

Assim, estamos caminhando para o desenvolvimento de uma ferramenta que é capaz de gerar textos e mais textos sobre um mesmo assunto. Isso sem que sejamos capazes de distinguir o que foi escrito por um humano e o que foi escrito pela máquina.

Ficou curioso? Para acessar a tecnologia, basta entrar no site da OpenAI, fazer o cadastro e começar a perguntar o que quiser para o ChatGPT.

Alguns impactos dessa IA

A criação de conteúdo a partir de geradores de texto, certamente, irá alcançar muitas áreas, sendo uma questão de tempo até se instalar de vez. A propósito, a ferramenta já é capaz de gerar códigos em linguagem de programação como Python e JAVA.

O Dramatron, por sua vez, consiste em um modelo de linguagem treinado para escrever roteiros de filmes ou de teatro. E, pode ter certeza que isso é o começo, logo mais os chatbots serão específicos para literatura, direito, publicidade etc. Mas, a que custo?

Você pode estar se perguntando, mas se é somente um gerador de texto, o que isso pode mudar na sociedade? Se você chegou até aqui, já deve ter previsto alguns problemas éticos do uso do ChatGPT. Afinal, trabalhos especializados agora estão enfrentando um copia e cola da ferramenta.

Quer um exemplo? A Clarkesworld Magazine, uma revista de ficção e fantasia de publicação de contos, em fevereiro de 2023, suspendeu a submissão de novos textos. O motivo? Muitos conteúdos enviados foram gerados por chatbots e não humanos.

A Amazon também não passou ilesa dessa. Isso porque recebeu uma avalanche de livros para Kindle que foram gerados pelo ChatGPT. Aliás, até mesmo a criação e ilustração de livros infantis está suscetível à IA.

Qualidade duvidosa dos conteúdos

Devemos ainda conversar sobre a qualidade dos conteúdos do ChatGPT. Primeiro, temos a questão das fontes de treino e os direitos autorais, que ainda são uma incógnita.

Contudo, o maior problema é a geração de um conteúdo enviesado. Lembremos que grande parte do conteúdo que corre a internet reproduz múltiplos tipos de preconceito como: racismo, machismo, sexismo, transfobia, homofobia etc. Desse modo, se as fontes são esses conteúdos, então a IA tende a reproduzir o mesmo conjunto de axiomas preconceituosos.

No mais, de fato, o ChatGPT consiste em uma ferramenta bastante sagaz e eloquente, o problema é quando essa sagacidade é voltada para dizer algo que não faz sentido para um especialista da área. Lembremos que não há julgamento crítico por trás da combinação de palavras, portanto, informações falsas podem passar.

Por fim, é preciso ficar atento à bibliografia, visto que já existem muitos casos em que a tecnologia inventa até mesmo referências bibliográficas.

Impactos nos negócios do Google

Devemos entender que o ChatGPT, nos dois primeiros meses de lançamento, já atingiu mais de 100 milhões de usuários. Isso fez com que algumas empresas ficassem em alerta, como o próprio Google que pode perder muito dinheiro com a aparição da nova tecnologia.

A verdade é que não podemos ser ingênuos, o Google com certeza já possui um chatbot com a mesma competência do ChatGPT. O ponto é que até então não era relevante trazê-lo a público, considerando que a empresa domina o setor de buscas na internet. Mas e agora que a ferramenta coloca em risco a sua receita milionária em publicidade?

Aliás, o que você acha que o público prefere: ter uma resposta para sua questão em segundos ou ter que ler os resultados apresentados no buscador do Google para assim chegar a uma resposta? A resposta é simples, mas só o tempo será capaz de nos dizer se o soberano buscador do Google se tornará obsoleto depois do ChatGPT.