Festa Junina: como surgiu e quais são as tradições?

Além do caráter religioso, os festejos de junho também servem de comemoração às boas colheitas do milho.

No mês de junho, os brasileiros se unem para comemorar a Festa Junina, que diz respeito a um conjunto de comemorações que se estende por todo mês. Pratos feitos à base de milho, muita música, dança e diversão tomam conta dos arraiais.

Hoje, as comemorações recebem um teor de festejos populares, no entanto, a origem remonta o contexto religioso da Idade Média.

Para entender melhor sobre o surgimento da Festa Junina, bem como conhecer um pouquinho os artigos juninos, continue a leitura a seguir!

Como surgiu a Festa Junina?

A Festa Junina consiste em uma das maiores comemorações do Brasil, perdendo em grandiosidade apenas para o Carnaval. Os festejos desse período do ano não datam de hoje, na verdade já existiam na península Ibérica há muito tempo.

Há quem diga que a comemoração foi criada pela Igreja Católica com o objetivo de comemorar o Dia de São João Batista (24/06), recebendo o nome de Festa Joanina. Isso mesmo! A Festa Junina foi uma criação da Igreja na Europa medieval.

No entanto, nos dias de hoje, passou a ser uma das comemorações do folclore brasileiro. Contudo, para evitar conflitos envolvendo a religião, em muitos lugares do Brasil, a comemoração passou a se chamar Festa da Cultura Popular Brasileira.

Aliás, aqui no Brasil, o termo ‘Joanino’ recebeu uma alteração, passando a se chamar ‘Junina’, uma clara referência ao mês de sua ocasião – junho. Neste mês, além do Dia de São João, também temos o Dia de Santo Antônio (13/06), o casamenteiro, e o Dia de São Pedro (26/06).

Uma pluralidade cultural

Na época da colonização, as comemorações Joaninas vieram para o Brasil, sofrendo algumas alterações. Lembrando que desde o período da colonização o país recebeu influência de vários elementos de culturas distintas.

Em outras palavras, nossos festejos juninos são carregados de símbolos portugueses, espanhóis, franceses e chineses. De Portugal, as nossas festas herdaram as datas comemorativas dos três santos: São João, Santo Antônio e São Pedro. Já da França, herdamos a dança nobre, que em terras tupiniquins se transformou em nossa quadrilha.

Na França, a dança era feita em grupo e/ou em pares ao redor das fogueiras. O ritual funcionava como um agradecimento aos santos. E por falar em dança, a dança de fitas foi um elemento trazido da Península Ibérica, que aqui se adaptou, chegando ao famoso pau de fitas.

Agora, Festa Junina sem fogos não é Festa Junina, não é mesmo? Esta tradição foi herdada da China, região que deu origem à pólvora.

Festa Junina, mas também Festa do Milho

Todas essas influências acima listadas ganharam um rompante brasileiro, sobretudo quando chegaram no Nordeste. A região não só reuniu todos os elementos culturais herdados, como também fez da festividade uma grande comemoração da colheita do milho, que se dá no mês de junho.

Para os agricultores que plantam milho em março, o mês de junho é agraciado pelos três santos, que preparam a boa colheita. Já deu para perceber que a principal matéria-prima dos pratos típicos não é fortuita.

Pamonha, curau, pipoca, bolo de milho e cuscuz fazem grandes banquetes nesta data, mostrando o resultado de uma colheita farta.

Principais elementos das Festas Juninas

Como esperado, ano após ano as Festas Juninas possuem alguns elementos característicos, que vão muito além dos pratos típicos. Tais artigos são tão populares, que juntos expressam a essência das comemorações de junho. Vejamos alguns deles a seguir.

Arraial

É muito comum que o lugar onde ocorre as comemorações seja chamado de arraial, ou no vocabulário popular – arraiá. O local ao ar livre é o ponto de encontro de pessoas que se reúnem para montar barracas, dançar, participar de brincadeiras e degustar pratos típicos.

Agora, quando as comemorações são realizadas pela Igreja, recebem o nome de quermesse, cujo significado é ‘feira da igreja’.

Fogueira

Além do local ao ar livre, um dos principais símbolos da Festa Junina é a fogueira. Segunda a lenda, para cada um dos três santos juninos existe um tipo específico de fogueira. De acordo com a tradição católica, a fogueira teria surgido de um trato feito entre Isabel e a Virgem Maria. Isabel haveria pedido que uma fogueira fosse queimada para anunciar o nascimento de seu filho João.

No Nordeste, as fogueiras fazem parte da tradição até hoje. Existem até técnicas e madeiras específicas para que o acendimento dure por vários dias a fio.

Balões

Os balões também são símbolos juninos que vieram de Portugal. Antigamente, no Brasil, os balões eram soltos no ar para avisar que os festejos já iriam se iniciar.

Contudo, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais nº 9.605, de 1998, comercializar e soltar balões é crime. Isso porque esses artigos podem causar incêndios, colocando em risco o meio ambiente, daí a justificativa da proibição de soltar balões.

Desse modo, atualmente, só encontramos os balões juninos como artigos de decoração, os quais ficam pendurados juntamente com as bandeirinhas.

Bandeirinhas

Certamente, um dos maiores símbolos das Festas Juninas são as bandeirinhas. Nos primórdios católicos das comemorações, as bandeirinhas traziam as imagens dos santos estampados. Mas, pouco a pouco, a festa em si passou a ter um teor mais folclórico do que religioso, de modo que as bandeirinhas deixaram de trazer as imagens das santidades, ganhando o aspecto colorido e liso.

E você, quais elementos mais gosta nas Festas Juninas? Se curtiu este post, então bora compartilhar nos grupos do WhatsApp com os amigos, que sempre se reúnem para as comemorações de junho!