Ano bissexto: o que é, origem e como é determinado?
A ideia do acréscimo de dias no ano surgiu durante o Império de Júlio César, quando o calendário juliano ainda estava em vigor.
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Para entendermos como funciona o ano bissexto, precisamos voltar à época de Júlio César, momento em que o calendário juliano era vigente, embora tenha passado por um grande problema.
Segundo este calendário, no dia 21 de março é o início da primavera. O começo de uma nova estação traz uma série de expectativas, no caso da primavera, é esperado o reflorescimento da flora. Contudo, tamanha foi a surpresa de Júlio César ao descobrir que no dia 21 de março de 46 a.C. não existia nada que pudesse dar indícios de dias primaveris.
Desse modo, o até então imperador, decretou mais 30 dias ao ano 46 a.C. Mas, passado este período, a primavera ainda não havia começado. Novamente, Júlio César solicitou o acréscimo de mais 20 dias àquele ano.
Ao todo, foi decretada a adição de 90 dias até que a primavera pudesse dar o ar da graça. O ano, que deveria apresentar 365 dias, passou a ter 455 dias, também conhecido como o ‘Ano da Confusão’.
Sosígenes e o reajuste no calendário juliano
O conselheiro de Júlio César foi Sosígenes, um astrônomo romano que ficou encarregado de realizar o reajuste. Porém, o erro consistiria, se não houvesse uma mudança permanente.
O que Sosígenes percebeu ao olhar um mastro é que, quando o sol se encontrava em seu ponto mais alto, o mastro apresentava uma sombra pequena. Após 365 dias, o astrônomo notou uma mesma sombra naquele mesmo horário, mas em um ponto diferente do que o anterior.
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Ele então percebeu que na 4ª vez, após passados os 365 dias, se houvesse esperado apenas 1 dia a mais, a sombra se alinharia com a primeira marcação. Em outras palavras, se Sosígenes fizesse um ajuste de apenas 1 dia a cada 4 anos, o calendário entraria em perfeita harmonia. Eis a origem do ano bissexto.
Mas, por que se chama ano bissexto?
A nomenclatura dos romanos para os meses era um tanto quanto diferente da nomenclatura que temos usualmente. O primeiro dia do começo do mês era o 1º Calendas. Aliás, Calendas é o termo do qual deriva a palavra ‘calendário’.
Acontece que os romanos contavam os dias do mês de forma regressiva. Por exemplo, 28 de novembro era 3 dias antes das Calendas de dezembro. Assim, março era o primeiro mês do ano, logo, o 1º Calendas (Ano Novo).
Mas, os cinco dias que antecediam as Calendas eram festivos. Dessa forma, quando o ano ganhasse um dia a mais, este deveria ser alocado no 2º dia para Calendas. Em outras palavras, os romanos teriam um dia a mais de festejos.
Para que os romanos trabalhassem neste dia a mais ao invés de festejarem, o dia em questão foi então adicionado no último dia do ano, antes do 6º dia para Calendas, no dia Bi – 6º (bissexto).
Como é determinado o ano bissexto?
Mas, o nosso cálculo do ano bissexto é um pouco diferente. Vale dizer que quem fez o ajuste do nosso ano foi a Igreja Católica.
Não importando o que acontecesse, a Igreja declarou que no dia 21 de março seria o início da primavera. Além disso, havia uma preocupação em separar as comemorações do Carnaval do período que compreende a Quaresma. Lembre-se que para os católicos a Quaresma é um período de abstinência.
A Páscoa, por exemplo, é calculada da seguinte forma: ao acabar o inverno, temos a primeira lua cheia, da qual se segue o primeiro domingo, também conhecido como o Domingo de Páscoa.
Dito isso, em 1582, época do papado de Gregório XIII, foi adotado o começo do ano em 21 de março. Mas, a sociedade começou a presenciar um acúmulo de 10 dias. Afinal, esperavam a lua cheia chegar, sem sucesso. Então, o espaço de comemoração do Carnaval antes da Quaresma começou a crescer.
Para reverter o problema, a Igreja então cortou os dias acumulados, como se eles não existissem. Segue daí a percepção que seria necessário se aproximar do ano trópico, e apenas o acréscimo de 1 dia no ano bissexto não faria sentido.
Em outras palavras, o ano precisaria se aproximar de 365,2425 dias. Mas, se o calendário só consegue mensurar dias inteiros, então como isso seria possível? Daí se seguem as seguintes regras:
- Anos múltiplos de 4 são considerados bissextos;
- Anos terminados em ‘00’ não são bissextos;
- Anos terminados em ‘00’, se múltiplos de 400, são bissextos.
Respeitando essas regras, um dia a mais é acrescentado ao ano, que passa a ter 366 dias ao invés de 365. Lembrando que o nosso próximo ano bissexto será em 2024.
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